Neusa Solange
Cantarei em prosa e verso,
Este sentimento Profundo,
Clamá-lo-ei pro universo,
Gritarei pra ti e pro mundo
Este maldito amor perverso,
Que arrastou meu ser ao fundo.
Tudo o que esta paixão abrange,
Provar-to-ei, Neusa Solange…
Teu corpo, qual esguia serpente,
Devora meu corpo e razão,
Engole voraz minha mente,
Rege apenas o coração.
Todo meu corpo é latente,
Cresce a vontade, o tesão
Teu belo e sensual corpo mau,
Intumesce meu sexo, meu pau…
Quando, e sempre que penso em ti,
Toda a lógica, tino e razão,
De imediato fogem de mim.
Assola-me o desejo, o tesão.
Logo me imagino em ti,
Amiúde até à masturbação.
Tua maravilhosa tez,
Roubou-me toda a sensatez.
Triste, estéril sémen perdido,
Fora de teu corpo gostoso,
Pensamento triste, sofrido,
Por teu perfil sinuoso.
Maldito tesão bandido,
Paixão, amor assaz doloroso.
Só após contigo em sexo
Recuperarei o siso e nexo…
Por ti sou menosprezado,
Mesmo assim, sempre insistirei.
Por ti, sou homem humilhado,
Eternamente, por ti clamarei
Nunca! Jamais ficarei cansado.
A ti, a Deus o amor implorarei.
Sei não ser o varão de teu sonho,
Mas com amor a isto me proponho…
Com outra, prazer assim não acontece
E sim o oposto. A verdade
É que todo meu corpo padece,
Surge a traição, a imoralidade…
Então a angústia aparece,
Esta é a dura verdade:
Bela Neusa! És a única pra mim,
Longe de ti, a vida é o fim.
Pra ti, sou lixo excedente,
Que abandonas à própria sorte,
Tu, pra mim és falta premente;
Longe, não há sul nem norte;
Fico eternamente descontente,
Prefiro mil vezes a morte,
Assim, por tudo que me tange,
Meu amor és Neusa Solange…
Sempre por ti abandonado,
Vagueio sem saber que fazer,
Ando só e desesperado,
Procurando noutras o prazer…
Porém, só será alcançado
Quando contigo permanecer…
Quero-te, preciso-te tanto…
Neusa, salva-me deste pranto…
Antes de ti Neusa, ébrio vivia,
Contigo aprendi a verdade…
Bêbado era feliz, não sofria.
Parei! Já sóbrio a realidade
Mostrou-me o que não sabia.
Vi com toda a naturalidade:
“Só serei feliz neste mundo,
Ao matar em ti tesão profundo”
Hoje, vivo nesta Fixação,
Nesta angústia, que almejo?
Neusa, és a minha obsessão!
Meu único e maior desejo,
De corpo, alma e coração;
Quero sem vergonha, nem pejo
Recuperar meu sossego, meu sono
Dentro de ti, em teu doce cono…
Amo, quero-te mais que tudo,
Na vida nada mais m’importa,
Preciso sentir o veludo
De teu sexo, entrar nessa porta…
Ser teu macho, homem sortudo,
Que para sempre te conforta…
Nesse belo ato de amor,
Será gerada a mais bela Flor!
Nesse ato d’amor, do prazer,
Provar-te-ei toda a paixão,
Mostrar-te-ei como amor fazer
De manhã, à tarde, ao serão,
E dentro de ti permanecer,
Até ao limite da exaustão…
Deste nosso ato de paixão,
Nascerá em ti, nova nação…
Levar-te-ei ao Céu, às alturas,
Píncaros do gozo, do prazer,
Em êxtase, no éter, loucuras
Donde não quererás mais descer,
Mostrar-te-ei coisas puras,
Qu’o amor pode oferecer…
Nesse momento de amor sublime,
Gozarás em meu mastro firme…
Quando no céu, entre sóis verás,
A criança mais bela já feita,
Entre tantas luzes vislumbrarás,
Não só estrelas, mas a eleita
“Estrela”, a bebé que terás,
Beleza de Deus mais perfeita…
Quando tu me sentires a vir,
Verás nossa bebé a sorrir…
Fazer de ti, minha rainha,
Provar-te todo meu valor
E, sem qualquer ladainha,
Dar e receber todo calor,
Mostrar-te a ténue linha,
Que separa amizade e amor…
Recuperar toda a alegria,
A teu lado, ser amor e poesia.
Poetas e outros de valor,
Em belos e puros devaneios,
Enaltecem o sublime amor…
Eu porém, não sou de rodeios,
A todos sentidos igual valor.
Digo-vos: não aos galanteios;
Olvidem o antes escrito:
Amor é sentimento Maldito!
De mim, tenho plena consciência,
Gosto do sexo, mas não sou tarado.
Amor e sexo, desta ambivalência
Sou talvez o maior aficionado,
Amiúde é a concupiscência,
Inclusive, dizem-me viciado…
Sou pouco dado a sofrimentos,
Homem viril, de alguns talentos…
À lógica pouco agarrado,
Em mim rege a alma, não a razão.
À vida real pouco dado,
Débil siso, mas forte coração.
Alta líbido, tesão apurado,
Média estatura, franzino,
Eis um espelho de Adelino.
Adelinofcosta.
20 de Setembro de 2013